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Paraná tem 7 mil famílias acampadas, segundo Incra

Tema abordado na 31ª Romaria da Terra do Paraná, em Barboza Ferraz, expôs realidades de acampados de diferentes regiões do estado.

21/08/2018

Segundo o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) o Paraná tem cerca de 7 mil famílias acampadas. O número, no entanto, varia. O Instituto não tem um perfil demográfico dessa população, mas afirma que são agricultores que não possuem vínculos ou possibilidade de emprego em áreas urbanas e que demandam terra. Com os processos de reforma agrária travados em todo o Brasil a população dos acampamentos sofre com ameaças constantes de despejo e várias reintegrações de posse sendo executadas no estado. Esse contexto foi debatido na 31ª Romaria da Terra do Paraná, realizada no último domingo (19), em Barbosa Ferraz.

“O Paraná é um lugar de conflito de terra, isso não é de hoje, é de muito tempo”, ressalta padre Geraldino Rodrigues Proença, coordenador da Ação Evangelizadora da Diocese de Apucarana. Ele destacou o problema da região de Ortigueira (território da Diocese de Ponta Grossa), no acampamento A Brasileira. Há pelo menos 15 anos no local as famílias sofrem com o risco de despejo. A proprietária da fazenda é de São Paulo e não aceita as condições para venda da terra. “Uma terra improdutiva”, ressalta.

Em Barbosa Ferraz, sede da Romaria, uma reintegração de posse esteve na iminência de ser cumprida em 2017. Uma intervenção dos bispos do Paraná, junto ao governo do estado, conseguiu adiar a situação (a mesma negociação envolveu o acomapmento A Brasileira). Em Pinhão, na região centro-sul do Estado, 22 famílias da comunidade de Alecrim foram despejadas e tiveram as casas destruídas. O caso tornou-se emblemático, já que muitas famílias moravam no local há mais de 20 anos.

Na região de Norte do Paraná, na cidade de Centenário do Sul, o acampamento Fidel Castro convive nesse contexto de risco de despejo. No entanto, a falta de apoio do poder público com a infra-estrutura é superado pela organização da comunidade.

“Para construir estrada os que têm tratores usam suas máquinas, quem não tem ajuda com enxadas, todos os dias uma equipe acompanha para que todos tenham água encanada, já construímos uma igreja Católica, onde o padre celebra mensalmente a Missa, temos salas de aula para serem inauguradas e vamos construir um parque de diversão para as crianças ”, disse à Rádio Cultura Angélica Trambaioli da Silva, moradora do acampamento.

Solução

Para resolver a situação das famílias acampadas é preciso criar assentamentos, desapropriando áreas em negociação. Mas esse processo tem sido lento no Paraná. Um dos motivos é a falta de orçamento para o Incra, órgão responsável por fazer a reforma agrária no país.

Perfil

Segundo o Invra o número das famílias acampadas é bem volátil e muda conforme o cenário político. Segundo o Instituto o Paraná já possuiu cerca de 10 mil famílias acampadas, e com a atuação do Incra em acampamentos conseguiu resolver parte dessa demanda.

Ainda segundo o órgão em muitos assentamentos já estruturados as pessoas têm filhos, a propriedade vai ficando pequena para os filhos que se casam. Nesses casos, novas famílias que demandam por terras surgem.

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