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Diocese de Guarapuava realiza primeiras reuniões de decanatos do ano

O objetivo principal dos quatro encontros presididos pelo bispo diocesano Dom Amilton Manoel da Silva, foi ouvir os padres e juntos, traçar novas propostas e diretrizes neste período de dificuldades por causa da pandemia.

17/03/2021

Mesmo depois da descoberta de várias vacinas contra o Coronavírus, as dificuldades para conter a doença no mundo inteiro ainda é um dos grandes desafios para os cientistas e profissionais de saúde. Devido à extensão da pandemia, o caminho para fazer com que o imunizante chegue até o braço de cada cidadão é um dos mais longos e muitas vezes dolorido, devido às milhares de vidas perdidas para a doença e de sequelas que ficam nas pessoas, tanto física como psicologicamente.

No Brasil a situação é ainda mais agravante, pois envolve negacionismo e questões políticas que, na maioria das vezes impõem barreiras ainda mais densas e pesadas do que a própria doença.

Se 2020 foi um ano de adaptação e de reinvenção, 2021 não vai ser diferente e requer muito mais atenção para que as decisões não acarretem erros irreparáveis.

A Igreja, no mundo todo, passa por dificuldades, e a busca por caminhos seguros que congreguem todas as pessoas é uma das tarefas mais marcantes neste período de dor, incertezas e medos constantes.

Mesmo em meio a tantos desafios, o Papa Francisco conclama a todos os cristãos para que não desanimem ante os problemas que surgem e entendam que Cristo é o exemplo de fortaleza e doação, pois entregou-se à morte na cruz para salvar a humanidade.

Na diocese de Guarapuava, as dificuldades se acumulam em todas as paróquias e comunidades, mas um esforço conjunto do bispo, dos padres e dos leigos reforça a coragem de todos na abertura de caminhos e apontamentos de soluções que venham ao encontro de cada pessoa.

Respeitando todas as restrições e seguindo rigorosamente os protocolos de segurança impostos pelas autoridades, de 8 a 11 de março, a diocese de Guarapuava retomou suas reuniões de decanato, de forma presencial.

O primeiro encontro ocorreu no salão da paróquia e catedral Nossa Senhora de Belém, no dia 8 de março e reuniu presbíteros do decanato centro. No dia seguinte, 9 de março, foi a vez dos padres do decanato Pitanga se reunirem. A reunião foi realizada no salão da paróquia Imaculada Conceição, em Santa Maria do Oeste. A paróquia Santa Clara, do município de Candói, sediou o encontro dos sacerdotes do decanato Pinhão, no dia 10 de março, no salão paroquial. As atividades foram encerradas no dia 11 de março, no decanato Laranjeiras, com reunião no salão da paróquia Imaculada Auxiliadora, em Porto Barreiro.

Dom Amilton Manoel da Silva presidiu os encontros e, em um primeiro momento, ouviu os sacerdotes que explanaram sobre as maiores dificuldades enfrentadas neste tempo de pandemia e quais foram as saídas pastorais que encontraram.

Em um segundo momento, ainda de partilha, foram elencados os principais aspectos a serem trabalhados no Plano Pastoral (quais ações tomar), à luz dos quatro pilares das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023), que são: Pilares da Palavra, do Pão, da Caridade e da Ação Missionária.

Para Dom Amilton, o momento foi muito importante, pois a partir da conversa com os padres que relataram sobre as realidades de cada paróquia, se é possível pensar em uma maneira de entender cada comunidade e de levar adiante a Palavra de Deus. “Eu reforço aqui, que, apesar de os encontros terem sido presenciais, tomamos todos os cuidados com relação ao distanciamento. Dispusemos cadeiras com mais de dois metros de distância entre as pessoas. As quatro reuniões foram realizadas em locais amplos. Não tivemos intervalos e não fizemos refeições em grupo, pois os trabalhos se encerraram ao meio-dia. Tudo correu muito bem e todos os padre participaram, salvo alguns que estavam em cursos ou tinham outros compromissos agendados antecipadamente. Tivemos momentos de partilha e cada sacerdote falou das dificuldades enfrentadas durante a pandemia. Cada um também apontou saídas e criatividades dentro de suas paróquias para superar este momento”, pontuou Dom Amilton.

A maior dificuldade dos padres, conforme identificou o bispo diocesano, foi a necessidade de se realizar celebrações com restrições de pessoas ou mesmo, sem a presença de fiéis. Conforme ressalta, os sentimentos de perda e impotência, foram unânimes entre todos os presbíteros. “O sentimento foi o mesmo entre os padres. Todos eles tiveram que lidar com a presença de poucas pessoas nas igrejas ou mesmo, celebrar missas sozinhos ou com uma pequena equipe, por meio das redes sociais. Cada um seguiu as normas das autoridades, mas eu noto que há uma grande dor nos sacerdotes de não poderem pôr em prática tudo aquilo que haviam planejado para este ano. Muitas coisa já haviam sido decididas em reuniões on-line com as comissões e coordenações. Essas atividades foram adiadas. A mesma dúvida também ocorreu com a catequese, quanto ao período de início das atividades. Mas, no geral, nós vimos que nenhum sacerdote está de braços cruzados. Todos estão em atividades, dentro dos cuidados, entrando em contato com seus fiéis que estão com COVID, quando sabem. Sempre realizando atendimentos, com todos os cuidados. Ninguém está parado”, grifou Dom Amilton.

Apesar das dúvidas e incertezas por causa do momento, houve planejamentos e propostas por parte do clero da diocese de Guarapuava para que as atividades sejam retomadas assim que forem liberadas. “Houve várias sugestões e propostas para um plano emergencial para este ano de 2021, que depois será avaliado na assembleia do clero do fim do ano. Entre as várias sugestões (dos padres) há propostas para a Infância Missionária, Catequese, com Iniciação à Vida Cristã, que esperamos iniciar, assim que possível, com a diminuição de idade de crismandos para 14 anos, seguindo as etapas desde a Primeira Comunhão. Também há proposta para a Pastoral da Família. Em relação à Pascom (Pastoral da Comunicação), há a ideia de intensificação e a qualificação dos agentes. Foi abordada a questão da Liturgia, que agora está mais simples, mas com muito cuidado, zelo e dedicação. Nós construímos algumas propostas em cima dos quatro pilares que é a ‘casa’ da Ação Evangelizadora do Brasil”, finalizou Dom Amilton.

  

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