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Mulher contesta PM e diz que Robson foi morto rendido e desarmado

29/04/2022

Ouça a reportagem clicando no player.

A esposa de Robson da Luz Tavares, homem morto pela na quarta-feira (27/04), na Vila Bela, disse à reportagem da Rádio Cultura que dois policiais militares do Choque atiraram contra ele rendido e desarmado. Segundo ela, que pediu para não ter o nome divulgado, Robson pediu ‘pelo amor de Deus, não me matem’, antes de os policiais atirarem. 
Segundo ela foram 10 tiros, mas ela não soube detalhar quantos acertaram o corpo de Robson.
A versão é diferente da divulgada pela Polícia Militar, que afirmou em nota que houve um confronto com o suspeito. A justificativa da PM para realizar a operação seriam informações de inteligência que indicavam participação de Robson na tentativa de assalto à Protege, no dia 17 de abril.
Segundo o relato da mulher, única pessoa que estava na casa, além de Robson, os policiais pediram para que ela amarrasse o cachorro. “Eu estava amarrando a focinheira no cachorro, levei o cachorro para fora, a hora que eu saí para fora eles fecharam a porta. Só ouvi ele falar: ‘pelo amor de Deus, não me matem’, e os tiros”. 
Segundo ela, o marido estava rendido, ambos teriam colocado as mãos na cabeça e não resistiram a abordagem. Ela também negou que ele tivesse armado. “Não tinha nada, no máximo uma faca para cortar pão dentro da casa”.
Robson da Luz Tavares tinha 20 anos e cumpria pena por tráfico de drogas. A companheira disse que ele não teve envolvimento na tentativa de assalto à Protege, no dia 17 de abril.
“Ele não tem nada a ver com isso. Ele estava com tornozeleira, ele não podia sair depois das onze, pode puxar, ele não tem nenhuma falta, eles podem ver. Eles estão acusando coisas que eles podem ver, tem como ver que é mentira”.
Segundo a Polícia Civil, a participação dele seria de ‘hospital’, para receber eventuais feridos durante a ação criminosa. Por isso, não necessitaria sair de casa. 
Ela ainda não foi ouvida pela Polícia Civil, o que deve ocorrer nos próximos dias. 

Agressões

Depois da morte do marido, ela relatou que foi agredida por policiais militares com “socos nas costas, socos na cabeça, chutes nas pernas”. Essas agressões teriam ocorrido por policiais que faziam questionamentos a ela.
Vizinhos que também tiveram as casas revistadas pela Polícia reclamaram da truculência.

PM x Civil

A Polícia Civil, que tem a tarefa da investigar a tentativa de assalto à Protege, não sabia da operação da Polícia Militar. A PM afirmou ter informações de inteligência que levaram até os suspeitos. 
 Sobre o fuzil, que segundo a PM estava com Robson, a Polícia Civil afirmou que a arma não estava mais no local da morte no momento que as equipes chegaram. A arma teria sido retirada do local pela PM. A Polícia Civil disse que a arma teria duas munições, mas não foi disparada no momento da ação policial. 

 

Foto: reprodução redes sociais. 

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